da Obra: IndignAÇÃO
Em tempos de mensalão, lava
jato e tantas outras investigações desarticulando audaciosos esquemas de
corrupção no país, somados, ainda, aos péssimos e repetitivos indicadores
sociais que envergonham o nosso país mundo a fora, é preciso refletir sobre
cada nova denúncia de corrupção e sobre cada dado estatístico divulgado
revelando o aumento da criminalidade, da miséria, do consumo de álcool e das
drogas, e assim se perguntar: O que as escolas brasileiras estão ensinando às
nossas crianças, adolescentes e porque não dizer, aos adultos deste país?
Na verdade, os
conteúdos curriculares que regem as instituições de ensino são repetitivos e
fogem do contexto de uma realidade cruel que infelizmente tem levado nossos
jovens a caminhos sem volta e outros sem perspectivas de futuro.
Vemos diariamente
alunos desinteressados que vão para escola não porque gostam ou sente-se
atraídos por ela, mas porque são obrigados pelos pais, isso quando os pais se
preocupam, pois muitos não estão nem um pouco preocupados com a educação dos
filhos.
Chega da mesmice de
um projeto político pedagógico ultrapassado que passa para o aluno apenas a
teoria de longas datas enquanto que a prática e a realidade social exigem muito
mais do que simplesmente aprender a ler,
escrever e contar. A sociedade está sofrendo as dores da corrupção, da
violência, da prostituição e das drogas, enquanto isso a maioria das
instituições de ensino continuam se omitindo aos fatos, não debatem com
imparcialidade e não procuram maneiras de trabalhar estes alunos de modo que
aprendam na prática o que é ética, moral e o verdadeiro exercício da cidadania
.
Cabe aos diretores e
professores mudar esta realidade, indo muito mais além do que está no livros ou
do que lhes foi ordenado, até porque são os políticos que fazem as leis e
aprovam o currículo escolar quando sua maioria absoluta não quer uma juventude consciente
e muito menos crítica a suas atitudes, na maioria das vezes, desumanas. Não
querem mais jovens determinados social e politicamente como os que foram às
ruas em favor das eleições diretas e pela derrubada de um presidente da
república.
Querem continuar
roubando sem parar sem que ninguém faça qualquer questionamento ou se manifeste
exigindo punição e a devolução do dinheiro desviado dos cofres públicos.
Querem que o povo
morra à míngua nas filas de hospitais por falta de médicos e de leitos
hospitalares que faltam devido aos milhões de reais que saem dos cofres da união, dos estados e dos municípios
direto para suas contas
bancárias de maneira
absolutamente descarada, blindados pela impunidade da justiça brasileira que na
teoria é igual para todos como diz a Constituição, mas, na prática, trata o
rico e o político de forma bastante diferenciada, pois permite que o “engravatado”
roube milhões e se mantenha livre à base de infinitos recursos judiciais,
enquanto o pobre, se pego em flagrante furtando um pacote de biscoito para
alimentar um filho com fome, na melhor das hipóteses, passará meses preso até
conseguir um defensor público.
Como se tudo isso já
não fosse o bastante, moramos em um lugar onde se mata mais do que em uma
guerra, detentores dos piores indicadores sociais do mundo, um país onde impera
a corrupção e ainda sim, nos acostumamos a dizer que em sala de aula não é lugar
de discutir política. Triste engano! pois o que não podemos é usar a sala de
aula para defender lado partidário, mas falar da importância do voto, da
honestidade do candidato e do saber avaliar as propostas concretas que
representem os anseios da população, não podem ficar de fora dos debates
escolares. Se mesmo assim não houver interesse da direção escolar e dos
professores, cabe aos alunos trazer o debate para âmbito escolar, claro que sem
atrapalhar a aula, pois cada coisa deve ter seu tempo e espaço; o que não
podemos é permitir que a escola se omita na discussão destas e outras questões
importantes, como: educação, saúde, violência, drogas, prostituição,
alcoolismo, direitos e deveres. Claro que de todos estes e outros temas, o mais
importante, na minha modesta opinião, é política e cidadania, até porque todos
os outros são consequências e nenhuma mudança
é capaz de
acontecer se não
houver o
dedo político, desde
que seja de
políticos compromissados escolhidos pelo povo por seu histórico de
honestidade e de lutas a bem da população e não pelo patrimônio que ostentam,
na maioria das vezes desviado dos cofres públicos.
Somente a juventude que não é o futuro que nunca chega, mas o presente que vivencia, será capaz de mudar esta realidade, caso contrário o que já está ruim ficará bem pior; e estamos caminhado para isso, a maioria dos jovens atualmente só pensam em vender o voto, incentivados pelos pais e até mesmo pelos próprios professores que votam e fazem campanha para os corruptos porque de alguma maneira se sentem valorizados por eles, isso sem se importar com os inúmeros processos que respondem ou até mesmo dos dias que passaram na cadeia por desviar dinheiro do município para comprar votos e cumprir favores a aliados políticos tirando da boca dos mais humildes o pão de cada dia.
Que espécie de
educadores são esses que dão este tipo de exemplo a seus alunos?
Será que o fato do
político ser bom para ele e ao mesmo tempo péssimo para o município ao ponto de
enriquecer desviando dinheiro público fazendo do mandato meio de “vida bandida” é o bastante para receber seu voto?
Não caia nessa, juventude, a sociedade está morrendo e só
vocês poderão salvá-la, exijam seus direitos e não se omitam às injustiças
cometidas a seus irmãos, pois isso sim, é cidadania, isso sim é a verdadeira
educação.
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