segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018

Chega da mesmice de um sistema educacional ultrapassado!

Ensinar a ler e escrever não é o bastante, é preciso formar cidadãos.

da Obra: IndignAÇÃO

Em tempos de mensalão, lava jato e tantas outras investigações desarticulando audaciosos esquemas de corrupção no país, somados, ainda, aos péssimos e repetitivos indicadores sociais que envergonham o nosso país mundo a fora, é preciso refletir sobre cada nova denúncia de corrupção e sobre cada dado estatístico divulgado revelando o aumento da criminalidade, da miséria, do consumo de álcool e das drogas, e assim se perguntar: O que as escolas brasileiras estão ensinando às nossas crianças, adolescentes e porque não dizer, aos adultos deste país?

Na verdade, os conteúdos curriculares que regem as instituições de ensino são repetitivos e fogem do contexto de uma realidade cruel que infelizmente tem levado nossos jovens a caminhos sem volta e outros sem perspectivas de futuro. 

Vemos diariamente alunos desinteressados que vão para escola não porque gostam ou sente-se atraídos por ela, mas porque são obrigados pelos pais, isso quando os pais se preocupam, pois muitos não estão nem um pouco preocupados com a educação dos filhos. 

Chega da mesmice de um projeto político pedagógico ultrapassado que passa para o aluno apenas a teoria de longas datas enquanto que a prática e a realidade social exigem muito mais do que simplesmente aprender a ler,  escrever e contar. A sociedade está sofrendo as dores da corrupção, da violência, da prostituição e das drogas, enquanto isso a maioria das instituições de ensino continuam se omitindo aos fatos, não debatem com imparcialidade e não procuram maneiras de trabalhar estes alunos de modo que aprendam na prática o que é ética, moral e o verdadeiro exercício da cidadania .

Cabe aos diretores e professores mudar esta realidade, indo muito mais além do que está no livros ou do que lhes foi ordenado, até porque são os políticos que fazem as leis e aprovam o currículo escolar quando sua maioria absoluta não quer uma juventude consciente e muito menos crítica a suas atitudes, na maioria das vezes, desumanas. Não querem mais jovens determinados social e politicamente como os que foram às ruas em favor das eleições diretas e pela derrubada de um presidente da república.

Querem continuar roubando sem parar sem que ninguém faça qualquer questionamento ou se manifeste exigindo punição e a devolução do dinheiro desviado dos cofres públicos. 

Querem que o povo morra à míngua nas filas de hospitais por falta de médicos e de leitos hospitalares que faltam devido aos milhões de reais que saem dos cofres da união, dos estados e dos municípios direto para suas contas  bancárias de maneira absolutamente descarada, blindados pela impunidade da justiça brasileira que na teoria é igual para todos como diz a Constituição, mas, na prática, trata o rico e o político de forma bastante diferenciada, pois permite que o “engravatado” roube milhões e se mantenha livre à base de infinitos recursos judiciais, enquanto o pobre, se pego em flagrante furtando um pacote de biscoito para alimentar um filho com fome, na melhor das hipóteses, passará meses preso até conseguir um defensor público.

Como se tudo isso já não fosse o bastante, moramos em um lugar onde se mata mais do que em uma guerra, detentores dos piores indicadores sociais do mundo, um país onde impera a corrupção e ainda sim, nos acostumamos a dizer que em sala de aula não é lugar de discutir política. Triste engano! pois o que não podemos é usar a sala de aula para defender lado partidário, mas falar da importância do voto, da honestidade do candidato e do saber avaliar as propostas concretas que representem os anseios da população, não podem ficar de fora dos debates escolares. Se mesmo assim não houver interesse da direção escolar e dos professores, cabe aos alunos trazer o debate para âmbito escolar, claro que sem atrapalhar a aula, pois cada coisa deve ter seu tempo e espaço; o que não podemos é permitir que a escola se omita na discussão destas e outras questões importantes, como: educação, saúde, violência, drogas, prostituição, alcoolismo, direitos e deveres. Claro que de todos estes e outros temas, o mais importante, na minha modesta opinião, é política e cidadania, até porque todos os outros são consequências e nenhuma    mudança    é   capaz    de    acontecer   se   não  houver    o   dedo    político,  desde   que  seja   de  políticos compromissados escolhidos pelo povo por seu histórico de honestidade e de lutas a bem da população e não pelo patrimônio que ostentam, na maioria das vezes desviado dos cofres públicos.

Somente a juventude que não é o futuro que nunca chega, mas o presente que vivencia, será capaz de mudar esta realidade, caso contrário o que já está ruim ficará bem pior; e estamos caminhado para isso, a maioria dos jovens atualmente só pensam em vender o voto, incentivados pelos pais e até mesmo pelos próprios professores que votam e fazem campanha para os corruptos porque de alguma maneira se sentem valorizados por eles, isso sem se importar com os inúmeros processos que respondem ou até mesmo dos dias que passaram na cadeia por desviar dinheiro do município para comprar votos e cumprir favores a aliados políticos tirando da boca dos mais humildes o pão de cada dia.


Que espécie de educadores são esses que dão este tipo de exemplo a seus alunos?

Será que o fato do político ser bom para ele e ao mesmo tempo péssimo para o município ao ponto de enriquecer desviando dinheiro público fazendo do mandato meio de “vida bandida” é o bastante para receber seu voto?

Não caia nessa, juventude, a sociedade está morrendo e só vocês poderão salvá-la, exijam seus direitos e não se omitam às injustiças cometidas a seus irmãos, pois isso sim, é cidadania, isso sim é a verdadeira educação.


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